Em outras religiões existe a noção de “língua santa” na qual o texto foi inspirado e que, somente naquela língua, o texto é realmente sagrado. Assim ocorre com o budismo, com o hinduísmo e principalmente com o islamismo. No cristianismo apenas a Igreja Católica Apostólica Romana é que possui no latim uma “língua santa”.
Vamos agora conhecer um pouco mais sobre as línguas bíblicas.
O Hebraico Bíblico:
Grande parte do Antigo Testamento foi escrito em Hebraico. Esta língua, de origem é uma língua Semita, ou seja, uma língua derivada da forma de falar e escrever dos filhos de Sem (filho de Noé). Esta é a mesma origem do assírio, do arameu… Ele é um dialeto cananeu que surgiu durante o período monárquico de Israel e que se desenvolveu de forma independente. Depois do cativeiro babilônico esta língua caiu em desuso e começou-se a utilizar a forma do hebraico usada nos dias de hoje.
O Aramaico:
Esta também é uma língua Semita. Ao contrário do que alguns acreditam o Aramaico não é um dialeto hebraico, são línguas parecidas, mas independentes.
Esta língua é a menos utilizada na escrita Bíblica, aparecendo apenas em alguns pontos isolados do Antigo Testamento, a saber: 2 palavras em Gênesis 31:47; uma parte do livro de Esdras (Ed 4:8 – 6:18 e 7:12-26), um trecho de Daniel (Dn 2:4 – 7:28) e um versículo de Jeremias (Jr 10:11). No Novo Testamento o aramaico é utilizado em poucas citações contudo em todas elas encontramos as traduções para o grego imediatamente a seguir.
No entanto devemos compreender que a língua falada dentre Jesus e seus discípulos era o aramaico, portanto, devemos compreender que todos os diálogos encontrados nos evangelhos foram originalmente traduções feitas pelos escritores daquilo que ouviram em aramaico.
Exemplo disto pode ser dado no texto de Mateus 27:45 e 46:
E Houve trevas sobre toda a terra, do meio-dia às três da tarde, Jesus bradou em alta voz: “Eloí, Eloí, lamá sabactâni?”, que significa “Meu Deus! Meu Deus! Porque me abandonaste?”.
O Grego Koinê:
Segundo o Prof. Pr. Antonio Gusso, o Grego é dividido em cinco períodos históricos, a saber: 1)Formativo(1500-900 a.C.) – época em que surgiu os três dialetos principais: Dórico, Eólico e Jônico-ático; 2)Clássico(900-330 a.C.) – época das famosas obras de Homero, Hesídio, Heródoto e Platão; 3)Koinê (330 a.C. – 330 d.C.) – época em que a língua grega passou a ser utilizada por várias nações conquistadas, principalmente, por Alexandre – O grande; 4)Bizantino(330-1453 d.C.) – esta língua foi preservada principalmente em Bizâncio e Ásia Menor; 5)Moderno (a partir de 1453 d.C.) – esta é a língua falada hoje na Grécia.
É interessante notar que devido ao período da primeira tradução do Antigo Testamento (a famosa Septuaginta – LXX) e dos escritos do Novo Testamento estarem compreendido no 3º Período da história da língua Grega, a única forma do Grego que foi utilizada na Bíblia foi o Koinê.
No entanto, é interessante notar que a própria palavra Koinê já demonstra o que é esta língua: Koinê em Grego significa “comum”, ou seja, era a língua utilizada pelo povo! Era a língua que muitos utilizavam corriqueiramente para se comunicarem, inclusive em diferentes países.
Escolhendo uma língua:
Haveriam os defensores do Hebraico, afinal esta foi a primeira língua utilizada para escrever a Bíblia, os 10 mandamentos, a Torá e grande parte do Antigo Testamento.
Noutro lado teríamos os defensores do Aramaico, afinal esta foi a língua utilizada por Jesus para se comunicar com seus discípulos e até mesmo em milagres como a passagem relativa a filha de Jairo, Ele falava em aramaico!
Num terceiro lado teríamos os defensores do Grego Koinê, afinal Deus permitiu que todo Antigo Testamento fosse traduzido para esta língua que é a mesma utilizada para a escrita do Novo Testamento.
Realmente não dá para escolher dentre estas 3 línguas, e todas elas poderiam ser igualmente escolhidas pelos motivos apresentados, no entanto, é importante notar que todas elas eram línguas do povo, a forma como o povo se comunicava naquela época. Mesmo o grego koinê era a língua que fazia o “intercâmbio” dentre as nações assim como o inglês é hoje.
A verdade:
Que maravilha! Glórias a Deus que não impede que o que pouco estudou compreenda a Ele tão bem quanto o “seu dotô”. Deus busca um relacionamento pessoal com cada ser humano e é por isto que Ele se comunica diretamente na língua do povo.
Esta é a razão pela qual o Cristianismo não tem uma “língua sagrada”. Por isto é que a Bíblia pode e deve ser traduzida para o Português, Inglês, Francês, Japonês, Alemão, Russo, Árabe, Creolo, Affrikans, Yorubá, Javanêz, Mandarim… e todas as mais de 2000 línguas que já possuem a totalidade da Bíblia.
Que haja, pois, mais e mais traduções, que cada dialeto falado na face da Terra tenha a sua tradução da Bíblia, desta forma, todo ser humano conseguirá compreender o amor de Deus por nós.
Consequências:
Amigos! Não é a PALAVRA “JESUS” ou “YEHOSHUA” que tem poder! Quando a Bíblia fala que basta clamarmos pelo Nome de Jesus que Ele nos salvará não é a PALAVRA em questão que tem poder, mas é quem está sendo clamado, ou seja, o próprio Deus! A segunda pessoa da Santíssima Trindade! Aquele que veio a Terra, por nós, viveu por nós, morreu por nós e ressuscitou ao terceiro dia para que pudéssemos ter a salvação!
Ao contrário! O que tenho visto em certas igrejas é exatamente um distanciamento de Deus por esta utilização de palavras desconhecidas e distantes do povo.
Ao ficarem insistindo em utilizar-se de palavras difíceis, os líderes acabam se tornando intermediários dentre Deus e o povo. Passam a experimentar o mesmo do passado da Igreja Católica Apostólica Romana com suas missas em latim. Negam que o véu se rasgou! Negam que o caminho foi aberto! Negam que Deus quer falar diretamente conosco e que não será uma barreira linguística que irá impedir Ele de se achegar diretamente até nós!
A verdade é que quem defende a utilização de palavras em Hebraico está e querendo se meter como intermediário dentre Deus e os homens e só há um mediador e este é JESUS!
Conclusão:
Ou seja, devemos sim buscar conhecimento das línguas originais, mas nunca como substituto do relacionamento pessoal nosso com Deus.
Deus não está interessado em línguas, Ele está interessado num coração quebrantado e numa busca real e pessoal!
Busque diretamente a Deus, não deixe que línguas venham a ser barreiras dentre você e Deus!
Extraído do blog http://mantenedordafe.org
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