QUAIS AS IMPLICAÇÕES DE SEGUIR A JESUS?


Por Francisco de Assis da Silva Lima*

Seguir a Cristo pressupõe tomar uma decisão voluntária e estar consciente de suas implicações. As pessoas precisam entender que enfrentarão algumas implicações como discípulo de Cristo.

Seguir a Cristo não é tão complicado como se possa imaginar, porém, não significa que escolhas não devam ser feitas por aqueles que assim decidirem. Há, infelizmente, numerosos exemplos de cristãos que vivem uma vida medíocre, sem compromisso com o reino de Deus por não atentarem para as implicações de seguir Jesus. Segui-lo é mais do que simplesmente aceitá-lo; mais que “levantar a mão” ou ir à frente quando chamado por um pregador. Seguir a Cristo é uma decisão séria que deve trazer uma mudança essencial à vida do discípulo, onde ele abre mão de si próprio, se esvazia e outorga a Jesus Cristo o domínio da sua vida. Ser discípulo é não ter vida própria – é ter um dono. É pertencer ao Senhor Jesus Cristo e estar disposto a corresponder a este chamado.
Seguir a Jesus é, essencialmente, um chamado ao discipulado. Vai além do efeito imediato de se ter os pecados perdoados e ter-se a garantia de ser agora filho ou filha de Deus. Significa entender que a graça salvadora de Cristo não se refere a uma vida alienada dele, sem significado, sem identificação com ele, mas, acima de tudo, a possibilidade de até dar a vida por ele. Ele mesmo já havia feito referências contundentes acerca de quem queria segui-lo, como em Mateus 10.37-39:   37Quem ama seu pai ou a sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; 38e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. 39Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa acha-la-á.
Seguir a Cristo, portanto, implica numa total submissão ao seu senhorio, onde a disposição de colocá-lo (entronizá-lo) em primeiro lugar, acima até mesmo da sua própria vida é que qualificará alguém como seu discípulo. São Lucas registrou esse ensinamento de Jesus, assim:“Se alguém vem a mim, e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo”. (Lucas 14:26)
Então, nas palavras de Jesus “Se alguém quer vir após mim” está implícita a decisão de uma pessoa de forma consciente e voluntária para segui-lo e ser seu discípulo. Os discípulos de Jesus tiveram dificuldade em entender este chamado e houve muitas ocasiões em que estadificuldade se apresentara. Talvez a mais citada seja aquela em que Pedro, por ocasião do processo condenatório de Jesus fora reconhecido por algumas pessoas como seguidor e insistiu que não o conhecia, com medo de ser morto pelos judeus. Esse mesmo Pedro veio a padecer por Cristo anos depois, sem negá-lo, mesmo sendo crucificado de cabeça para baixo, de acordo com a tradição.
Henry Martin, sacerdote anglicano e missionário para os povos da Índia e Pérsia, assim se expressou: “Senhor, não permitas que eu tenha nenhuma vontade que seja propriamente minha, ou que considere a minha verdadeira felicidade como dependente, no mínimo grau, de qualquer coisa que me sobrevenha exteriormente, mas como consistindo inteiramente da conformação com a Tua vontade”.  Será que você entende perfeitamente que seguir a Cristo é ter feito uma decisão consciente sobre o seu chamado?   Você entende que Cristo o chamou para ser seu discípulo? Para segui-lo apesar das circunstâncias?    E que o amor a ele deve ser supremo, acima de tudo e de todos? Até mesmo da sua própria vida?    Há um preço a ser pago quando se decide ser seguidor de Jesus. Você está disposto a pagar este preço? Poderia responder positivamente ao Senhor Jesus, agora?
Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue...”.  Primeiro alguém DECIDE seguir a Jesus; é um ato meramente pessoal, com base no livre-arbítrio. Mas, uma vez tomada essa decisão, a pessoa precisa fazer algo em caráter obrigatório: “a si mesmo se negue”. O Senhor Jesus fala de abnegação total e incondicional. Segui-lo significa negar você mesmo, suas vontades, seus sonhos, projetos de vida. Não significa apenas submetê-los à sua vontade, mas, abrir mão deles, se for preciso.
Os seguidores de Jesus estavam diante de um Senhor que queria mais do que estava sendo cobrado pelo governo de Roma; mais do que exigia a religião judaica. Mais do que eles poderiam imaginar do que significa amar a Deus.  Negar-se a si mesmo é abdicar de sua própria identidade – identidade de um homem ou mulher que decide tudo sobre sua própria vida, suas escolhas, seus gostos e interesses. Cristo está propondo que aquele que decide ser seu discípulo lhe dê uma procuração irrestrita sobre tudo, até mesmo da sua vida. Negar-se éabandonar  tudo para segui-lo:   “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renunciar a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo”. (Lucas 14:33)
Negar-se a si mesmo significa uma vida que se passa seguindo a Cristo. O discípulo deve andar como Jesus andou, fazendo o bem o combatendo o reino das trevas, pois ele demonstrava zelo pela justiça e a verdade. Era desprendido das coisas materiais, apesar de reconhecer sua importância e necessidade. Portava-se com domínio próprio, mansidão, bondade, fidelidade e amor (Gl 5.22,23) mesmo diante de situações desafiadoras. Negar-se a si mesmo é ser semelhante a Jesus, sendo reconhecido pelos “frutos”. Senão, vejamos: João 15.8:   8Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.

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